Cora do Rio Vervelho_Foto Bianca Oliveira (Estúdio da Bica)
Após passar por Uberlândia e Belo Horizonte, o monólogo com Raquel Penner chega na charmosa cidade histórica mineira
Após levar centenas de pessoas ao teatro em São Paulo e Rio de Janeiro, a atriz Raquel Penner chega em Tiradentes com o monólogo “Cora do Rio Vermelho”. Com dramaturgia de Leonardo Simões e direção de Isaac Bernat, a peça faz um passeio pela vida e a obra da poeta, contista e doceira Cora Coralina. A montagem reúne textos e poemas que falam sobre a força feminina e a alma da mulher brasileira, além de propor uma relação de cumplicidade entre atriz e plateia. O espetáculo cumpre duas apresentações no Centro Cultural Yves Alves, nos dias 1º e 2 de abril, às 19h.
A peça cumpre temporada em Minas Gerais e já passou por Uberlândia e Belo Horizonte. Após as apresentações na charmosa cidade histórica, ela segue para Juiz de Fora. A montagem faz parte do projeto “Cora do Rio Vermelho Visita Minas Gerais”, selecionado na chamada do programa Petrobras Cultural Múltiplas Expressões e tem o Patrocínio Master da Petrobras. O projeto conta com o incentivo fiscal da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Com vontade de montar seu primeiro monólogo, a atriz Raquel Penner começou a anotar frases, desejos e pensamentos soltos que, frequentemente, falavam sobre a força feminina e da alma da mulher brasileira. Ao reencontrar a obra de Cora Coralina, percebeu que a poesia e os contos da escritora e doceira goiana iam justamente de encontro à sua inquietação artística. Este foi o início do monólogo “Cora do Rio Vermelho”, que tem ganhado elogios de público e crítica especializada após apresentações em São Paulo e Rio de Janeiro.
A atriz diz que esse se trata de um trabalho “forte e delicado”, assim como a escrita da poeta. “Cora Coralina foi uma mulher múltipla e libertária. Removeu pedras e abriu caminhos para outras mulheres. Há 10 anos, tive meu primeiro encontro com ela, em uma exposição no CCBB RJ. Fiquei encantada por aquela senhora do interior do Brasil que falava firme e cantado, fazia doces e escrevia poesia, celebrava a vida e a simplicidade. Quando a reencontrei, a partir de um livro do Drummond, percebi que tudo o que eu queria dizer no palco estava ali”, lembra Raquel.
Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina (1889 – 1985) é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Nascida na cidade de Goiás, ela viveu mais de quatro décadas em São Paulo. Apesar de escrever seus versos desde a adolescência, ganhava a vida como doceira, e seu primeiro livro só foi publicado em junho de 1965, quando tinha quase 76 anos de idade. Escreveu sobre os lugares onde viveu, as pessoas com as quais se relacionou e a natureza que observava.
“Quando Raquel me convidou para dirigir “Cora”, meu coração se encheu de alegria. Há anos, uma das célebres frases da poeta conduz o meu comportamento artístico e profissional: ‘Todo trabalho é digno de ser bem-feito.’ E esta mesma frase também orienta o que espero e procuro oferecer às pessoas. Como bem disse Carlos Drummond de Andrade: ‘Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil Velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade vária’”, celebra o diretor Isaac Bernat. Após todas as apresentações haverá um bate papo com a plateia com a atriz e o diretor.
A dramaturgia reúne passagens de sua vida e diversos poemas retirados dos livros “Vintém de cobre – meias confissões de Aninha”; “Meu Livro de Cordel”; “Villa Boa de Goyaz”; e “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”. “A partir de um recorte sensível de obras feito pela Raquel e com a toada poética de Cora, busquei nessa abordagem teatral uma geografia de sensibilidade e memórias, uma paisagem sonora que a atriz observa e traduz a partir do simbólico quarto de escrita, mesclada aos seus fazeres de doçura”, explica o autor Leonardo Simões.
Ao longo da encenação, aparecem algumas músicas populares, unindo vozes femininas de cantoras-atrizes do cenário teatral brasileiro: Aline Peixoto, Chiara Santoro, Clara Santhana, Cyda Moreno e Soraya Ravenle. Em “Cora do Rio Vermelho” (o título se refere ao rio que banha Goiás), a atriz se torna uma contadora de histórias atravessada pelo amor e pela entrega que Cora dedicou a sua tradição e a sua gente. Em todas as apresentações haverá intérprete de Libras e notas introdutórias com informações para ampliar a acessibilidade das pessoas com deficiência visual.
Além disso, nos dias 1º e 2 de abril, também acontece a oficina gratuita “Frutos da Terra”, inspirada na figura do griot africano Sotigui Kouyaté, com o diretor Isaac Bernat. Voltada para atrizes, atores, artistes, professoras, professores e público em geral, que serão estimulados a olhar para suas histórias, vivências, riquezas culturais, e transformá-las em histórias. Será uma conscientização identitária através de suas memórias, num processo semelhante ao percurso criativo da obra de Cora Coralina. Essas histórias serão contadas, gravadas e transformadas em um documentário, que será exibido posteriormente no canal do projeto no youtube.
SERVIÇO
Espetáculo Cora do Rio Vermelho
Data: 1º (sábado) e 2 (domingo) de abril, às 19h
Local: Centro Cultural Yves Alves (Rua Direita, 168, Centro)
Valor: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)
Link para ingressos
Dia 1º/4:
https://www.sympla.com.br/
Dia 2/4:
https://www.sympla.com.br/
Duração: 55 minutos.
Classificação Etária: 10 anos.
Oficina “Frutos da Terra”
Data: 1º e 2 de abril (sábado e domingo)
Horário: 10h às 14h
Local: Centro Cultural Yves Alves (Rua Direita, 168, Centro)
Inscrições: https://docs.google.com/forms/
Gratuito
Mais informações:
Redes: Instagram (@coradoriovermelho)
Youtube:
https://www.youtube.com/
atualizado em 31/03/2023 - 16:29