A Fertilização in Vitro (FIV) com doação de óvulos ou ovodoação tem se tornado um dos tratamentos mais procurados nas clínicas de reprodução assistida. Somente no Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva, do qual a clínica Pró-Criar faz parte, a FIV com doação de óvulos corresponde a 15% de todos os tratamentos realizados.

Para ter acesso a essa técnica, as pacientes devem recorrer a um banco de óvulos, formado por doadoras voluntárias e anônimas que, antes de doarem seus gametas, precisam passar por todo um processo rigoroso que inclui realização de exames, avaliações e o próprio tratamento em si. “Gosto de ressaltar que as doadoras de óvulos praticam um grande ato de solidariedade e amor”, afirma Dr. João Pedro Junqueira Caetano, ginecologista e especialista em reprodução assistida da Pró-Criar.

O médico explica que, no Brasil, a doação de óvulos tem caráter anônimo e não pode ser comercializada, respeitando-se as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM). Dessa forma, sigilo e anonimato são fundamentais nos tratamentos que envolvem a doação em geral (óvulos ou sêmen), exceto na doação de gametas entre parentes de até 4º grau de um dos receptores (1º grau = pais/filhos; 2º grau = avós/irmãos; 3º grau = tios/sobrinhos; 4º grau = primos), conforme estabelecido pela última Resolução do CFM nº 2.294/2021, vigente desde 15/06/2021.

Como se tornar uma doadora

A candidata a doadora tem que ter entre 18 e 35 anos e, além de um exame clínico e laboratorial rigoroso (que inclui inclusive o exame de cariótipo), deve preencher um questionário detalhado com características pessoais e médicas, com informações sobre antecedentes e características familiares.

Após ter passado por essa avaliação, e estando apta a entrar no programa, o tratamento é então programado, conforme as datas de menstruação. Para indução da ovulação, serão utilizadas medicações hormonais injetáveis subcutâneas por 10-14 dias, com acompanhamento de ultrassons seriados até ser agendada a coleta de óvulos. A mesma é realizada em centro cirúrgico dentro da própria clínica, por via vaginal, sob sedação.

As receptoras terão acesso a esses questionários, que contém detalhes físicos como peso, estatura, cor de olhos, cabelo e pele, para que se sintam mais confortáveis e seguras na seleção de uma doadora o mais parecido com elas possível. “Além disso, contamos com um programa de computador chamado FenoMatch que compara os pontos principais do rosto da receptora e da doadora, para que essa seleção seja ainda mais fidedigna”, ressalta Dr. João Pedro.

Em que casos a ovodoação é indicada?

Em casos de diminuição da reserva ovular, em grande parte por conta da idade avançada, além de falência ovariana prematura, ou em decorrência da realização de tratamentos oncológicos, que levam à mesma realidade. Casais homoafetivos do sexo masculino e homens solteiros também podem se beneficiar da doação de óvulos.

“É preciso ressaltar que, neste tipo de tratamento, o importante é a idade do óvulo e não a idade do útero que vai recebê-lo. Como a doadora tem até 35 anos, ela “repassará” a qualidade desses óvulos para a receptora. As chances de sucesso nos tratamentos de FIV com doação de óvulos variam de 55 a 60% de gravidez”, enfatiza o especialista da Pró-Criar.


atualizado em 29/09/2021 - 16:49

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