Quais são os mitos e verdades sobre as dores e demais problemas sobre?

Muitos pensam que as varizes acometem somente as mulheres mais velhas. Entretanto, os vasinhos indesejados também podem chegar ainda na juventude, principalmente quando se tornam mães. Segundo a SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular), 85% das mulheres na fase adulta da vida sofrem com algum nível de varizes. Diversos são os mitos sobre este problema vascular, um deles é acreditarem que os homens não podem sofrer com varizes, mesmo sendo a minoria, eles também estão propícios a terem a doença.

A SBACV classifica as varizes como “veias superficiais anormais, dilatadas, cilíndricas ou saculares, tortuosas e alongadas, caracterizando uma alteração funcional da circulação venosa do organismo, com maior incidência no sexo feminino”. As principais reclamações dos pacientes são: sensação de peso, queimação ou ardência, inchasso (sobretudo, ao redor dos tornozelos) nas pernas e cansaço.

Recentemente, a digital influencer e modelo, Andressa Suita (33), mãe do Gabriel (2) e Samuel (1), se submeteu a um método de tratamento contra as varizes. Segundo ela, durante a sua gestação, surgiram vasinhos e varizes que ocasionaram cansaço e dores nas pernas. Situações como esta da modelo acontecem sempre, inclusive, com as mães jovens.

Guilherme Jonas é médico angiologista e cirurgião vascular, segundo ele, “varizes, inchaço e dor nas pernas são alguns dos problemas vasculares mais comuns durante a gravidez. Um dos principais motivos para que isso aconteça tem relação com os hormônios, pois o estrogênio e a progesterona, liberada em excesso durante essa fase, aumenta a dilatação de todas as veias do organismo. Além disso, o crescimento do útero comprime a Veia Cava, que fica dentro da barriga, o que prejudica terrivelmente o retorno do sangue das pernas para o coração”.

Felizmente, para esse problema, existe solução. O tratamento consiste, basicamente,no reforço muscular, diminuição da pressão venosa e na retirada das mesmas. “As veias dilatadas, por estarem doentes, não colaboram para a circulação. Ao retirá-las percebe-se uma melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as complicações da evolução da doença. A técnica adequada é individualizada, varia caso a caso, e somente um médico especialista poderá avaliar e indicar o melhor tratamento para cuidar das varizes”, explica o especialista.

Para aquelas pessoas que não pretendem, ou não podem fazer nenhum dos procedimentos citados acima, Guilherme Jonas esclarece que é possível um tratamento clínico medicamentoso combinado ao controle do peso, exercícios específicos, uso da meia elástica e elevação dos membros inferiores. Ambos em acordo com as recomendações do médico que acompanha o caso.

Mitos x verdades sobre as varizes

Os mitos que permeiam as varizes são inúmeros. Muitos deles, infelizmente, acabam prejudicando quem acredita e segue à risca os conselhos não direcionados por médicos. Para tanto, o angiologista enumerou alguns mitos e verdades sobre a doença, a fim de conscientizar as pessoas sobre a necessidade do tratamento contínuo com um profissional da saúde especializado no assunto.

  • Salto alto provoca varizes (MITO): “se o uso for excessivo – todos os dias-, durante anos haverá um encurtamento da musculatura da panturrilha, que é a região responsável por devolver o sangue para o coração (retorno venoso). A musculatura encurtada e flácida é que pode contribuir para o represamento de sangue nas veias”.

  • Grávidas estão mais propícias a terem varizes (VERDADE): “Um dos fatores que fazem com que as futuras mamães apresentem um “mapa geográfico” nas pernas é hormonal. Quem já tem predisposição a ter varizes, sofre ainda mais com essa ação. Para minimizar o problema, a recomendação é o uso de meias de compressão a partir do segundo mês de gravidez. O ideal é colocar pela manhã e tirar apenas na hora de dormir”.

  • Existem pomadas e cremes que previnem a variz (MITO): “as varizes são resultado de uma dilatação venosa de origem genética e associada ao envelhecimento, e ainda não há evoluções do setor farmacêutico que possam garantir a cura por meio de remédios via oral ou pomadas. Podem aliviar os sintomas das varizes, mas curar não, pois o problema é físico e crônico, ou seja, o quadro é evolutivo. Não é recomendada a automedicação. Consulte sempre um médico especialista para fazer exames e se certificar da condição atual das varizes e do tratamento adequado”.

  • Varizes trazem riscos à saúde (VERDADE): “dependendo do grau, elas podem até causar manchas, dores, sangramentos e úlceras varicosas, aumentar a incidência de trombose e embolias. Por isso, é sempre recomendável o seu tratamento desde as primeiras manifestações. Além disso, desde a primeira avaliação o médico angiologista orientará sobre os cuidados de prevenção e alívio. Afinal, varizes não têm CURA! Mas podem ser mantidas sob controle”.

Fonte: Guilherme Jonas, médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular). CRMMG 44020, RQE 28561, 37143. Diretor técnico da clínica Angiomais em Belo Horizonte MGstas.

atualizado em 06/05/2021 - 16:31

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